um roteiro em mim

Tenho o habito estranho de criar histórias... as vezes até me pego jogando com situações e imaginando um “e se tivesse sido dessa maneira?”... ou” e se eu fosse para tal lugar e acontecesse tal coisa?”... muitas vezes até crio diálogos dentro de mim que possivelmente aconteceriam “porque eu podia falar isso e fulano responderia assim”...

Mas o mais engraçado é que eu faço caras e bocas enquanto brinco de imaginar, e acabo sempre envergonhada com alguém me olhando como se eu fosse louca...

O que me consola é que conheço mai pessoas que fazem mirabolantes contos em suas cabeças... não conheço quem faça caretas... mas todos temos de ter nossas peculiaridades.

O muro

O muro era alto e misterioso... escondia algo.

A criança curiosa subia na ponta dos pés, pulava, tentava uma escalada... nada... só o
verde do musgo que cobri o reboco de cimento.

O giz de lousa registrava o que a imaginação descrevia como real no ambiente de trás do
muro.

Engraçado é que cada dia havia algo diferente lá. Uma vez foi uma país feito de doces, outra vez um caminho sombrio e assustador. Lembro-me do dia que foi um zoológico onde
os animais andavam soltos... dava para ouvir os rugidos das feras.

Mas um dia o giz acabou e o tempo tratou de apagar as fantasiosas lembranças de um muro que não é tão mais alto, e que esconde apenas um terreno vazio. Creio que antes era
mais bonito, pois era repleto da inocência, terreno fértil para
sonhos.

Fiel

O colorido das estações passava rápido desde que seu dono partirá.

Da lembrança dessa amigável convivência só restou o majestoso pau-brasil plantado no quintal da casa, que agora pertence à filha do mestre.

Fiel, continuava com seu serviço de guarda, esperando a aposentadoria eterna.